domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mundo da moda lamenta morte de "provocador" McQueen


LONDRES (Reuters) - O estilista britânico Alexander McQueen, que foi encontrado morto em sua casa em Londres na quinta-feira, se converteu em um astro mundial da moda por suas coleções provocantes. Ele tinha 40 anos, e, segundo a mídia, sua morte parece ter sido por suicídio.


Apelidado de "hooligan" da moda britânica por seus cabelos cortados rentes à cabeça, as botas Doc Marten que eram sua marca registrada e as criações chocantes que exibia nas passarelas, McQueen foi aprendiz de alfaiate na adolescência e tornou-se queridinho das passarelas antes dos 30 anos.



Nascido em um bairro de classe trabalhadora de Londres, o mais jovem de seis irmãos, McQueen abandonou a escola aos 16 anos e tornou-se aprendiz dos alfaiates influentes Anderson and Sheppard, de Savile Row, passando depois para o estabelecimento vizinho, Gieves and Hawkes.


O ex-ganhador do troféu Estilista Britânico do Ano acabou fazendo um mestrado em design de moda na prestigiosa Faculdade Central Saint Martins de Arte e Design, de Londres.

"Alexander McQueen foi um dos maiores estilistas de sua geração", disse em comunicado à imprensa o executivo-chefe da PPR, François-Henri Pinault. "Sua genialidade às vezes provocante, admirada e saudada por todos, constantemente abria novas perspectivas."

A editora da Vogue, Alexandra Shulman, elogiou o estilista por sua "imaginação brilhante."

"Em um nível ele era mestre do fantástico, constantemente criando desfiles estarrecedores que misturavam design, tecnologia e performance. Por outro, era um gênio moderno cuja estética gótica foi adotada por mulheres em todo o mundo," escreveu Shulman no site da revista, vista como a bíblia da moda.

A supermodelo Kate Moss cancelou sua participação em um evento na noite de quinta-feira, em Londres, e, em comunicado enviado por e-mail desde sua agência, Storm, disse estar "chocada e arrasada com a perda trágica de seu querido amigo Lee McQueen."

O estilista da Chanel, Karl Lagerfeld, disse à rádio francesa que McQueen sempre flertou com a morte em seu trabalho e que sucesso e fama nunca são suficientes para garantir a felicidade.

"Neste tipo de profissão (modelo, ator, estilista), se você não tiver costas fortes e um espírito muito prático, você se expõe à angústia," disse Lagerfeld.

"Ele (McQueen) sofria de uma depressão nervosa que chegou ao auge com a morte de sua mãe, na semana passada."

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